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Ana Lúcia Araújo/Semurb

Na última quinta-feira (4), o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Thiago Mesquita, participou do lançamento do Projeto PACHA, iniciativa internacional que investigará os impactos das mudanças climáticas na saúde de populações urbanas em situação de vulnerabilidade. O evento ocorreu no Auditório Otto de Brito Guerra, na Reitoria da UFRN, reunindo pesquisadores, gestores públicos e representantes da sociedade civil.

Como parte da programação, foram apresentadas iniciativas governamentais pelo secretário e por representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela coordenadora do Mapa das Periferias, do Ministério das Cidades.

Durante a apresentação, foram debatidas ações já executadas e iniciativas em desenvolvimento pelos municípios voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. Mesquita destacou que, em Natal, o principal instrumento é o Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PMMC), em vigor desde dezembro de 2024. Entre as ações já implementadas, citou a Rede de Monitoramento Hidrológico e Climático de Natal, composta por mais de 115 equipamentos distribuídos nas quatro zonas administrativas da cidade. A iniciativa é desenvolvida em parceria com o grupo GEOMA/UFRN e integra as ações previstas no PMMC.

“Com a rede, nós já temos a possibilidade de fornecer dados de qualidade e excelência, com grande precisão científica. Nossa rede permite observar o clima em tempo real e planejar ações com base em dados concretos, contribuindo para a tomada de decisões. Isso fortalece a resiliência urbana e orienta políticas de arborização”, afirmou o secretário.

Em seguida, Mesquita apresentou os próximos avanços previstos pela Semurb na agenda climática, entre eles a instalação da Sala de Situação, no Bosque das Mangueiras, que reunirá dados de radares, satélites, estações meteorológicas e câmeras de trânsito; e a criação da Secretaria Adjunta de Mudanças Climáticas, que pretende ampliar e estruturar as ações municipais de mitigação e adaptação.

O secretário também participou da roda de cocriação e escuta das comunidades, que promoveu o diálogo com representantes da comunidade de Novo Horizonte (antiga Favela do Japão), Paço da Pátria e Redinha. Durante o momento, foram apresentadas demandas, desafios encontrados e potencialidades de cada local.

Sobre o PACHA

O PACHA é financiado pela fundação britânica Wellcome Trust e coordenado pelo Urban Big Data Centre, da Universidade de Glasgow (UBDC–UofG), em parceria com a FGV-EAESP, o CIDACS/Fiocruz, a PUCPR e a UFRN. A iniciativa atuará em três cidades brasileiras — Natal (RN), Curitiba (PR) e Niterói (RJ) — com o objetivo de produzir evidências científicas sobre os impactos de eventos climáticos extremos na saúde e no bem-estar de populações urbanas vulneráveis.

O projeto será instituído em três fases. A primeira, em andamento desde novembro, corresponde à Mobilização e Diagnóstico. Até janeiro de 2026, devem ser realizados workshops, mapeamento de atores, análise de políticas e geração de dados usando ciência cidadã em escolas, além de mapeamento comunitário popular. A segunda fase, de Análise e Cocriação, tem início em julho de 2026 e prevê workshops de análise participativa das evidências, além da identificação de lacunas e potencialidades. Nesse período, será feito também o desenho participativo da ferramenta de geração e visualização de dados. A terceira e última fase, de Avaliação e Disseminação, terá início em junho de 2027 e vai promover workshops de avaliação, monitoramento e aprendizagem, geração de dados com comunidades, além de ações de capacitação e disseminação.

No âmbito do projeto, a Semurb desempenhará papel técnico estratégico, fornecendo os dados monitorados diariamente pela Rede de Monitoramento, que atualmente conta com 115 equipamentos meteorológicos instalados em toda a cidade.